terça-feira, 27 de novembro de 2007

COMOÇÕES

Não sou o tipo de pessoa dada a comoção - antes disso, sou completamente avessa a qualquer tipo de "ó meu deus, coitadinho"... Mas devo confessar que ao ler essa matéria (link no final da postagem) hoje de manhã me senti um tanto quanto deslocada e comovida. Na verdade tive vontade de chorar, e o porque da vontade eu não sei, mas senti por um momento uma revolta grande de presenciar esse monte de barbaridade que acontece à revelia em nossas vidas. Quem é o mendigo? Não sei. É fato que isso foi a duas quadras da minha casa, e é fato que São Paulo, por toda sua pujança urbana, não me possibilitaria ver tal cena - a distância de duas quadras na cidade de São Paulo corresponde a, pelo menos, 1 quilômetro de distância entre dois pontos na minha cidade natal, por exemplo. São Paulo pode abrigar diversos mundos em apenas dois blocos de quadras, e isso é realmente impressionante. Mas mesmo sendo tão distante do lugar onde eu passo tranquilamente minhas noites - a minha casa - acho que alguns estilhaços do teto de vidro que se quebrou bem do meu lado conseguiram me alcançar. Algo me cutucou, me feriu, e me tirou do lugar comum. Não sei por quanto tempo ficarei deslocada, mas começo a desconfiar que esse vazio que sinto aqui dentro, e que antes era atribuído à uma mera crise existencial, começa a dar mostras de que o buraco é bem mais embaixo... Onde vai dar toda essa minha "revolta"? Não sei, mas pelo menos o movimento começa a acontecer...


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