quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

FALTA DE ASSUNTO

Estou com falta de assunto. Eu, logo eu, que sempre sou considerada a falastrona da turma, estou sem material discursivo. O trabalho anda me comendo pelas pernas, ainda bem, e talvez por isso minha apatia de pensamento. Se bem que não se trata exatamente de uma apatia de pensamento – antes disso, estou é com o pensamento canalizado. E canalizado para coisas práticas, para resoluções, para “descomplicações”. E digo “descomplicações” porque, geralmente, quando penso demais, quando extrapolo os níveis de elucubrações, a minha vida complica. E bota complica nisso. Quando me sobra assunto, fico parecendo uma chata procurando pêlo em ovo: saio catando tudo quanto é tipo de impressão, colho amostras, experimento sensações e no final compilo tudo a fim de formular meus “discursos”. Porém, quando o assunto me falta, observo o estritamente necessário e a compilação fica muito mais fácil: todas as impressões, amostras e sensações me atingem de tal maneira que sinto-as como sendo o que de mais puro existe. São todas reais, dignas, livres de entrelinhas, de interpretações mal formuladas e com uma capacidade enorme de produzirem um resultado genuíno, autêntico.

Estou com preguiça de escrever mais sobre o assunto, e essa é mais uma prova do meu estado de espírito prático e racional dos últimos dias. Se estivesse procurando pêlo em ovo, teria começado esse parágrafo já desenvolvendo uma tese “psico-social-analítico-filosófica” a respeito da conduta do ser humano em procurar... pêlo em ovo. Mas como estou tranquilinha fico por aqui. Sem a necessidade de dizer qualquer coisa mais. É isso.

PS: a respeito da falta de assunto acabei de me lembrar de uma música do Ultraje a Rigor, chamada “Nada a Declarar”, cujo refrão é mais ou menos isso:

Eu não tenho nada prá dizer
Também não tenho mais o que fazer
Só pra garantir este refrão
Eu vou enfiar um palavrão: CU


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