Um coração que bate, e bate compassado. O filme Piaf – Um Hino ao Amor mostra bem o que foi aquela mulher, pequenina na estatura, mas uma gigante da vida. Faz tempo que assisti ao filme, e hoje, só hoje me deu vontade de comentar a respeito dele. Acho que a culpa é da La Vie en Rose, que ouvi oito vezes, direto, no trajeto de casa para o trabalho. E ao ouvir, chorei, chorei muito. Ao me lembrar da história de vida dessa mulher, cuja trajetória foi tão bem retratada no filme, percebi o quanto damos valor demais aos nossos problemas. Não que o seu problema, ou o meu, não seja realmente um problema, antes disso – eles são os nossos problemas e merecem respeito! Mas é que ao acompanhar a tal trajetória tão sofrida e perceber que o que aquele coração que “dançava conforme a música” queria, no fundo, era amar e ser amado, me lembrei que muitas vezes temos o calor e o aconchego de nossas famílias, de nossos amigos, parceiros, parceiras, e nem sempre percebemos que essas relações são as que ajudam a sustentar nosso edifício inteiro. E não percebendo, nos fechamos para o nosso umbigo de tal forma que falar pra pessoa que está ao nosso lado o quanto ela é importante para nós e o quanto a amamos fica simplesmente impossível.
No auge da sua doença e sem poder cantar, ela gravou uma música-protesto mostrando a todos que o mal ou o bem feito a alguém não importa, pois sempre é tempo de se recomeçar do zero, e com alegria. Piaf tentou amar, mas não existiram tantas pessoas disponíveis a receber esse amor. Piaf tentou ser amada, mas a vida foi cruel e lhe entregou não mais que alguns momentos de sincero e gratuito amor. E por isso o título do filme - um Hino ao Amor - veio a calhar, pois sendo a mulher que foi e tendo passado por toda sorte de privações, desde afetivas até de sobrevivência, ela soube cultivar o amor dentro de si, e entregou ao mundo seu talento que nos encanta até hoje.
*"Meu coração que bate" é um verso da canção La Vie en Rose
Nenhum comentário:
Postar um comentário