... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso.Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca.
O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.
Porque há o direito ao grito, então eu grito.
Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.
É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo.
E se me achar esquisita, respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar.
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever.
A palavra é meu domínio sobre o mundo.
Um comentário:
Amei este pôster! Sou fã da Clarice, amo demais tudo que ela escreve. Parabéns pela escolha, "apesar de..." ainda podemos voar com as asas da imaginação.
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