segunda-feira, 23 de junho de 2008

AQUI ROCKS*

O ato de escrever é tudo o que me pertence, o que tenho de meu, só meu. Perco a fé em deuses, esqueço-a pelo caminho, mas no ato acredito e faço dele meu único ritual. Flores pra Iemanjá nunca levei. Ondas nunca pulei. Novenas nunca frequentei. Em terreiros nunca pisei. Mas religiosamente me entrego ao dever de traduzir em palavras escritas o meu entendimento do mundo. Me construo, como Pessoa, a ouro e sedas, e em salas supostas invento palco e músicas invisíveis. Vivo assim sonhos bem desenhados, porém contornados do que de mais efêmero pode existir: a sensação de entregar ao mundo o que um dia fui.

*Obrigada, Aninha, pelo título... ;-)

5 comentários:

Cris Medeiros disse...

Eu gosto de escrever, as pessoas dizem que levo jeito, mas acho que a a arte que me traria uma imensa satisfação é cantar... Ah se eu tivesse voz para tal... rs

Beijos

Maria Cláudia S. Lopes disse...

lindo demais, fiquei emocionada.
vc sabe escrever a partir da alma, e isso é muito precioso.

Anônimo disse...

é foda... qualquer comentario que venha postar será anodino ... que fique consignada então minha presença que vale o que vale...

Anônimo disse...

O ato de escrever é muito mais que organizar palavras. È dar a elas um sentido único, particular, de modo que moldem o pensamento em escrita. Parabéns por fazer isso tão bem.

Beijos

Anônimo disse...

grafar: muitos fazem...
escrever: com dedicação conseguem...
mas rasgar a alma e transfigura-la para o papel: só aqueles que conseguem sentir o perfume da luz.

parabéns

Bob Marinho.