É assim: você entra no carro, liga o GPS e digita o itinerário – supondo que você esteja indo a algum lugar desconhecido. O aparelho se conecta ao Google Maps e o visor mostra uma rota, já traçada e calculada milimetricamente pelo servidor do Google. Ótimo. Você liga o carro, engata a primeira marcha – isso se o seu carro, ainda, não for automático-, olha para o aparelho e começa a se encaminhar para o seu destino. No trajeto você passa por diversas ruas (algumas nunca antes trafegadas por você), mas como não pode se distrair, simplesmente cumpre o ritual de dirigir exatamente para onde aquele aparelho aponta: você não tira o olho dele. Depois de rodar alguns quilômetros o aparelho lhe avisa de que você está próximo do seu destino, e que 30 metros à frente têm uma vaga disponível para estacionamento. Você então segue o que o guru está dizendo e vai até a vaga. Estaciona seu carro, desliga o motor, desliga o aparelho, não sem antes lhe dar um beijinho, agradece a deus por mais uma invenção fabulosa da humanidade, sai do carro, tranca a porta e pronto: você chegou.
Agora o que rola por trás do Google Maps.
Você sai de casa pra comprar um aparelho GPS e o vendedor te enfia goela abaixo um que se conecte ao Google Maps. Não tendo muita alternativa você compra o aparelho e sai feliz e saltitante da loja. Na mesma hora, dentro do carro mesmo, consulta o manual e descobre como utilizar a geringonça. Digita a sua primeira rota – o caminho de volta pra casa – e para seu espanto o aparelho mostra uma rota por você desconhecida. Acha estranho, mas releva e resolve entrar na brincadeira. Ao chegar a sua casa percebe que fez um caminho totalmente diferente, porém o resultado foi o mesmo: você efetivamente chegou ao seu destino. Passa então a gostar da idéia de ter alguém full time trabalhando e pensando no seu lugar. Mal sabe você que o Google adora pensar no seu lugar. A coisa segue assim pelo resto dos dias, e você passa então a utilizar mais e mais o tal aparelho. Sem pestanejar você digita o itinerário e a mágica se faz: você tem pronto um caminho e nem precisou perder tempo pensando nele. O que nunca passou pela sua cabeça, e talvez nunca passe, é que você pode questionar o servidor que te dá as respostas e refletir acerca das seguintes questões:
- Esse caminho é o mais curto?
- Poderia eu escolher passear por ruas mais agradáveis ao invés de seguir ao pé da risca o que manda essa geringonça?
- Poderia eu olhar o guia de ruas e aprender mais sobre a cidade em que eu moro?
- Será que o Google Maps (ou qualquer outro) está me mandando por esse caminho exatamente porque é interessante para ele que eu passe por aqui?
É nessa hora que o mundo começa a se descortinar, e é aí que as teorias da conspiração ganham força. Eu bolei uma (e isso deve realmente acontecer). Vamos a ela:
Suponha que exista certa região comercial que precisa ser valorizada (seja por que motivo for). Pois bem, como sempre tem alguém por trás dessas coisas, suponha que a associação de bairro dessa região resolveu descobrir uma forma de torná-la mais interessante, mais freqüentada e com mais carros circulando, para que dessa forma ela atraia investidores interessados naquele movimento todo. Então os caras fecham uma parceria com o Google de modo que ele, o Google, será beneficiado ($$$) caso a região realmente atraia novos investidores em virtude do fato de que por ali circulam milhares de carros por dia. Pronto, a teoria está feita e a rede armada.
Daí, um belo dia, você se vê freqüentando o comércio daquela região – que nem é a sua – e ao comprar uma água de garrafa você para, pensa e se assusta:
- Caramba, como as coisas por aqui são caras!
Mas o que você não sabe, e talvez nunca se dê ao trabalho de saber, é que você mesmo contribuiu para isso. E que esse é o custo do progresso.
Agora o que rola por trás do Google Maps.
Você sai de casa pra comprar um aparelho GPS e o vendedor te enfia goela abaixo um que se conecte ao Google Maps. Não tendo muita alternativa você compra o aparelho e sai feliz e saltitante da loja. Na mesma hora, dentro do carro mesmo, consulta o manual e descobre como utilizar a geringonça. Digita a sua primeira rota – o caminho de volta pra casa – e para seu espanto o aparelho mostra uma rota por você desconhecida. Acha estranho, mas releva e resolve entrar na brincadeira. Ao chegar a sua casa percebe que fez um caminho totalmente diferente, porém o resultado foi o mesmo: você efetivamente chegou ao seu destino. Passa então a gostar da idéia de ter alguém full time trabalhando e pensando no seu lugar. Mal sabe você que o Google adora pensar no seu lugar. A coisa segue assim pelo resto dos dias, e você passa então a utilizar mais e mais o tal aparelho. Sem pestanejar você digita o itinerário e a mágica se faz: você tem pronto um caminho e nem precisou perder tempo pensando nele. O que nunca passou pela sua cabeça, e talvez nunca passe, é que você pode questionar o servidor que te dá as respostas e refletir acerca das seguintes questões:
- Esse caminho é o mais curto?
- Poderia eu escolher passear por ruas mais agradáveis ao invés de seguir ao pé da risca o que manda essa geringonça?
- Poderia eu olhar o guia de ruas e aprender mais sobre a cidade em que eu moro?
- Será que o Google Maps (ou qualquer outro) está me mandando por esse caminho exatamente porque é interessante para ele que eu passe por aqui?
É nessa hora que o mundo começa a se descortinar, e é aí que as teorias da conspiração ganham força. Eu bolei uma (e isso deve realmente acontecer). Vamos a ela:
Suponha que exista certa região comercial que precisa ser valorizada (seja por que motivo for). Pois bem, como sempre tem alguém por trás dessas coisas, suponha que a associação de bairro dessa região resolveu descobrir uma forma de torná-la mais interessante, mais freqüentada e com mais carros circulando, para que dessa forma ela atraia investidores interessados naquele movimento todo. Então os caras fecham uma parceria com o Google de modo que ele, o Google, será beneficiado ($$$) caso a região realmente atraia novos investidores em virtude do fato de que por ali circulam milhares de carros por dia. Pronto, a teoria está feita e a rede armada.
Daí, um belo dia, você se vê freqüentando o comércio daquela região – que nem é a sua – e ao comprar uma água de garrafa você para, pensa e se assusta:
- Caramba, como as coisas por aqui são caras!
Mas o que você não sabe, e talvez nunca se dê ao trabalho de saber, é que você mesmo contribuiu para isso. E que esse é o custo do progresso.
Um comentário:
No Brasil eu acredito que ainda não funcione - a presença comercial da empresa é tímida. Mas nos EUA existem sim ações nesse sentido, além das mais básicas, como a inclusão de informações sobre lojas.
O Apontador (existe ainda?) foi pioneiro em SP nesse sentido, e há muito já oferecia alguns "caminhos patrocinados", basicamente com indicações precisas sobre caixas de bancos etc.
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