Estou em casa, sentada na poltrona de sempre e percebendo o mundo que tento, em vão, pertencer. É uma solidão toda particular porque tenho pessoas que de alguma forma poderiam me trazer alegria e me oferecer companhia concreta, mas ainda assim prefiro o silêncio das companhias remotas - e é nesse sentido que minha solidão se torna particular, e paradoxal. E esse tentar pertencer ao mundo acaba se tornando um não-pertencer irônico, ou até mesmo teimoso, porque ao mesmo tempo em que reluto o rótulo, sinto falta da marca. Então com tristeza constato que chegar até aqui com a cara limpa e a alma lavada não é assim tão emocionante e digno de honrarias como eu pensei que pudesse ser. Porque a marca me faz falta, e o rótulo, que reluto tanto em ter, estará sempre presente em minha vida, enquanto eu insistr em pertencer a alguma coisa.
Divagações de um domingo gelado, apenas isso.
*Título emprestado por uma pessoa teimosa, assim como eu...
Um comentário:
Coisa de domingo mesmo... gosto desses pensamentos!
Beijos
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