quinta-feira, 26 de março de 2009

Desce desse galho em que te escondes
Sai desse céu sem ninguém
Onde não vês luz nem horizontes
Onde não vês nada além
Pára de ficar rolando tempo
Lamentando e alimentando dentro
A ferida do tormento
Também sei a dor de que te poupas
Sim, o mundo é cruel
Mas eu te pergunto, com que roupas
Vai contracenar o teu papel?
Pára de ficar rolando o tempo...
Da cilada má, dá trama e a rede
Que destino armou pra ti
Tu fizeste a cama, o colchão e a parede
Do teu próprio quarto de dormir
Pára de ficar rolando o tempo...
Já não há o que, de que com que
Que te resguarde
Joga a tua carta, enfim
Antes do acaso arder, antes que tarde
Antes do verão ter fim
Não vou prosseguir nesta toada
Não vou insistir, dizer mais nada
Deixe que te diga o vento
Pára de ficar rolando o tempo...

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