(UM PARÊNTESES)

Não sei agir de outra forma que não essa que se tornou meu modus operandi. Ainda não aprendi a ser política, ser polida e ser britanicamente educada (e hipócrita). Acho que nesses termos me pareço mais com os franceses: nem sincera demais (porque isso denota burrice), nem política demais (porque isso, na minha opinião, é mais covardia do que qualquer outra coisa). Fato é que agindo da forma que costumo agir as pessoas se fecham, ou se afastam. Mas quem se afasta? Exatamente aqueles que não gostam o suficiente da minha pessoa a ponto de me aceitarem como sou. Ou melhor: aqueles que para quem não estou em altas contas em seus critérios e listas de preferências. E para esses dou de ombros, sinceramente. Foi-se o tempo em que eu tinha 400 amigos no orkut. Aliás, foi-se o tempo em que eu tinha orkut. Mas não convém falar a respeito disso, porque provavelmente por aqui existem muitos adeptos daquela geringonça (saber usar a sinceridade é uma questão de inteligência... rsrs). E também porque no começo da semana, após alguns pedidos, eu refiz minha conta - e para que? para cancelá-la 5 dias depois (hoje). Anyway... Mas o que eu estava dizendo?.... ah sim, sobre meu modus operandi. Então... eu não aprendi a ser de outro jeito. Andaram me falando por aí que eu deveria ser mais política. Que eu deveria sorrir mais amarelo e aturar uma meia dúzia de gente babaca pelo simples fato de ter uma agenda repleta de números de telefone, aos quais eu pudesse recorrer em uma sexta feira chuvosa e de poucos amigos. Tsc tsc... Poucos amigos eu já tenho, de qualquer jeito. Nunca fui a mais "cordial" da escola. Sempre fui a mais conhecida, isso é fato (e mais pelas polêmicas do que por qualquer outro motivo). Mas enfim, me mandaram ser política. "Ajuda na tarefa de conquistar as pessoas" - esse foi o engodo. Pois é. E eu fico aqui, me perguntando: de que adianta ser política, conquistar pessoas, se o que se quer, no fundo, é exatamente ter perto de si apenas amigos verdadeiros que estão ali porque querem estar, e não porque é conveniente? Me desculpe, mas eu não sei ser política. Nem hipócrita. Nem polida. E também não venha me pedir para eu aturar, de bico fechado, blá bla blá de gente idiota e sem noção, porque não, isso eu também não consigo fazer. E quanto a esse parênteses, só tenho uma coisa a dizer: não devemos nos entusiasmar com a natureza humana, pois ela provavelmente nos decepcionará (isso é Sêneca, tá?).

Não entendo o ser humano... mas juro que vou me esforçar pra entender um pouquinho, ao menos uma vez na vida. Um dia eu chego lá. Se deus quiser.