Não ia me posicionar sobre o caso. Até que li uma crítica interessante do Caco (aqui), e imbuída do repúdio do autor, finalmente cheguei a uma conclusão sobre o que penso do ocorrido. É um fato isolado, até, e não sei se esse tipo de acontecimento é recorrente em universidades do Brasil afora, mas de qualquer forma acredito que isso serve para nos atentarmos para outros tipos de "injustiças" e falta de respeito que acontecem o tempo todo à nossa volta.
Que a expulsão da menina não se justifica (o MEC vai pedir, inclusive, explicações sobre o assunto, e a UNE organizará um protesto contra a expulsão, enfim...), isso é fato. De qualquer forma, acho que todas as medidas foram extremas: a aluna ir à aula com tal vestimenta, o coro dos alunos (alunos ou delinquentes?) e a medida "corretiva" da Uniban - que foi a pior atitude dentre todas, e a pior que poderia ter tomado como uma instituição de educação.
No final das contas, o mais preocupante é que estamos sempre agindo de forma corretiva e nunca preventiva. Aliás, por conta da não prevenção tomamos atitudes que muitas vezes poderiam ser evitadas caso o bom senso tivesse imperado. E o Brasil, infelizmente, é perito em corrigir e não prevenir - isso quando não negligencia. Uma medida cabível, a meu ver, seria aplicar uma advertência à aluna - sim, porque mesmo a universidade sendo um espaço que teoricamente deveria abrigar a pluralidade e riqueza de todos os tipos e gêneros, há que se guardar o devido decoro, que é ético e não moral, e que está presente em todas as esferas da sociedade (cabe a cada um de nós, portanto, seguí-lo, cada um fazendo a sua parte). Pergunta: será que a moça frequenta ambientes que guardam o mesmo respeito (trabalho, por exemplo) com a mesma roupa que foi à universidade? É "apenas" uma questão de respeito, e acima de tudo: respeito por ela mesma. Respeito por sua integridade, porque sim, ela convive com pessoas que podem ou não ter o mesmo nível de discernimento, e que podem ou não praticar o respeito para com o próximo. Ela correu o risco de ser agredida física e sexualmente. Enfim, não é um julgamento... só acredito que o bom senso caberia (e pra todo mundo - moça, alunos e Uniban).
No caso dos alunos, sinceramente não sei o que a Uniban poderia fazer com eles. Não foi meia dúzia deles que reagiram com violência - foram 700. Ou seja, no mínimo umas 15 salas de aula. Elevar o nível do vestibular seria uma boa estratégia? Elevar o valor da mensalidade? Mas isso não seria garantia de termos pessoas mais civilizadas e conscientes frequentando o ambiente acadêmico.
E no caso da Uniban, e de qualquer outra instituição, manter um "código de ética", manual de sobrevivência, cartilha de bons modos, sei lá, seja o que for, seria uma boa solução para que as pessoas não confundissem liberdade com libertinagem.
Sei que minha opinião parece um tanto quanto repressora, mas se vivemos nesse estado então infelizmente ainda precisamos desse tipo de repressão para que a falta de educação e de respeito não seja o modus operandi predominante da população. Infelizmente tivemos que presenciar esse tipo de acontecimento para nos darmos conta do nível a que estamos chegando.
De qualquer forma, não tenham duvidas de que eu prefiro a civilização e o direito de ir e vir como bem se entende. Mas enquanto não pudermos colocar em prática nossa cidadania, que ao menos não sejamos pegos desprevenidos pela falta de bom senso.
Que a expulsão da menina não se justifica (o MEC vai pedir, inclusive, explicações sobre o assunto, e a UNE organizará um protesto contra a expulsão, enfim...), isso é fato. De qualquer forma, acho que todas as medidas foram extremas: a aluna ir à aula com tal vestimenta, o coro dos alunos (alunos ou delinquentes?) e a medida "corretiva" da Uniban - que foi a pior atitude dentre todas, e a pior que poderia ter tomado como uma instituição de educação.
No final das contas, o mais preocupante é que estamos sempre agindo de forma corretiva e nunca preventiva. Aliás, por conta da não prevenção tomamos atitudes que muitas vezes poderiam ser evitadas caso o bom senso tivesse imperado. E o Brasil, infelizmente, é perito em corrigir e não prevenir - isso quando não negligencia. Uma medida cabível, a meu ver, seria aplicar uma advertência à aluna - sim, porque mesmo a universidade sendo um espaço que teoricamente deveria abrigar a pluralidade e riqueza de todos os tipos e gêneros, há que se guardar o devido decoro, que é ético e não moral, e que está presente em todas as esferas da sociedade (cabe a cada um de nós, portanto, seguí-lo, cada um fazendo a sua parte). Pergunta: será que a moça frequenta ambientes que guardam o mesmo respeito (trabalho, por exemplo) com a mesma roupa que foi à universidade? É "apenas" uma questão de respeito, e acima de tudo: respeito por ela mesma. Respeito por sua integridade, porque sim, ela convive com pessoas que podem ou não ter o mesmo nível de discernimento, e que podem ou não praticar o respeito para com o próximo. Ela correu o risco de ser agredida física e sexualmente. Enfim, não é um julgamento... só acredito que o bom senso caberia (e pra todo mundo - moça, alunos e Uniban).
No caso dos alunos, sinceramente não sei o que a Uniban poderia fazer com eles. Não foi meia dúzia deles que reagiram com violência - foram 700. Ou seja, no mínimo umas 15 salas de aula. Elevar o nível do vestibular seria uma boa estratégia? Elevar o valor da mensalidade? Mas isso não seria garantia de termos pessoas mais civilizadas e conscientes frequentando o ambiente acadêmico.
E no caso da Uniban, e de qualquer outra instituição, manter um "código de ética", manual de sobrevivência, cartilha de bons modos, sei lá, seja o que for, seria uma boa solução para que as pessoas não confundissem liberdade com libertinagem.
Sei que minha opinião parece um tanto quanto repressora, mas se vivemos nesse estado então infelizmente ainda precisamos desse tipo de repressão para que a falta de educação e de respeito não seja o modus operandi predominante da população. Infelizmente tivemos que presenciar esse tipo de acontecimento para nos darmos conta do nível a que estamos chegando.
De qualquer forma, não tenham duvidas de que eu prefiro a civilização e o direito de ir e vir como bem se entende. Mas enquanto não pudermos colocar em prática nossa cidadania, que ao menos não sejamos pegos desprevenidos pela falta de bom senso.
4 comentários:
Einstein e sua Concepção de Educação Integral.
"Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim, uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que se adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais um cão ensinado, do que uma criatura harmoniosamente desenvolvida.
(...)
Competição e especialização prematuras:
"Os excessos do sistema de competição e de especialização prematura, sob o falacioso pretexto de eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural verdadeira e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma educação perfeita, desenvolver o espírito crítico na inteligência do jovem.
http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol6/Num2/a10.pdf
Vale a pena ler mais um pouco.
bjo.
pelo que entendi a donzela estava a trottoir pela faculdade ... a reação não tem muita relação com a roupa em si mas com postura, ou descompustura ... vale registrar Uniban não tem 60 mil alunos tem 60 mil boletos bancarios, pagou levou, alunos semialfabetizados etc etc ... é apenas mais uma "universidade" apenas preocupada em "preparar" para o "mercado de trabalho" ... não passa de um mau curso tecnico frequentado por mecanicos boçais ...
Aos psicopatas da Uni...o que?
Unidos em bando.
Boa noite,
Max Saia INJUSTA
Mesmo que usar mini saia fosse um crime, jamais seria lícito, legítimo, a conduta daqueles universitários...Eles, sim, cometeram um crime...e como criminosos deveriam ser julgados. Não em praça pública ou queimando em fogueiras, pois os crimes são julgados em fóruns especiais, por pessoas investidas, pela lei, de autoridade pra assim proceder.
Aquilo foi uma demonstração de completo desequilíbrio, barbárie e completo desconhecimento de Direito e Justiça. De quebra, denunciaram não haver uma só pessoa madura, consciente e equilibrada, que tivesse o mínimo senso de Direito/Lei e principalmente de Justiça, capaz de evitar o procedimento covarde violento, desproposital e desproporcional daqueles alunos(?) cavalos ! Essa noção não se aprende na universidade, se bem que a universidade fosse o lugar apropriado pra dar/ensinar essa lição! A Justiça se aprende exercitando a convivência e percebendo cada pessoa parte da construção de nossa sociedade. Mas da forma que vivemos a excluir pessoas e como herdamos esse nosso comportamento inconsciente/espiritual da Igreja...perdemos a noção do certo e do errado, do justo e do injusto e saímos por aí a professar opiniões e sem noção, achamos q nossa opinião tem caráter e força de lei! Isso vai acabar muito mal...Isso pode acabar com toda a nossa conquista social...
Este é um país de loucos e ignorantes...Com comportamento de manada. Nunca vi cena tão absurda e desequilibrada. Pior ainda foi a universidade não saber como se posicionar diante do fato e corroborar pra que a INJUSTIÇA aumentasse ainda mais e tivesse força de lei...A Injustiça como lei! É o que estava faltando acontecer nessa terra de loucos!
Por essas e outras que n acredito no meio acadêmico...São, em sua maioria, idiotas q decoram a matéria como fiéis repetindo e memorizando dogmas. Um completo absurdo!
Abraço!
só queria saber aonde ela comprou o vestido. será que tem em vermelho?
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