É desanimador demorar, todos os dias, 1h30 pra ir e 1h30 pra voltar do trabalho. É desanimador mas o trabalho compensa, então "a gente vamos levando"... Como são 3 horas por dia de um tempo que poderia ser usado para fazer "n" coisas, procuro otimizá-lo de alguma forma, seja ouvindo música (com letra boa, claro), seja lendo (o que me dá um pouco de mal estar, então acabo utilizando pouco esse recurso) ou seja, ainda, pensando na vida. Pois bem... desde a semana passada tem acontecido uma coisa interessante: deixei de lado a música e a leitura e todos os dias faço 3 horas de terapia. Auto-terapia, pra ser mais exata. Penso, penso, penso... questiono, reflito, analiso diversos pontos de vista (os que consigo alcançar, que fique claro) e chego a algumas conclusões.
Certa vez, (6 anos atrás, pra ser mais exata), uma professora do teatro me deixou um bilhetinho que dizia assim: Bruna, aprenda a reagir, não a contra-atacar. Na época confesso que não tinha muita maturidade pra entender até que ponto a reação, do contra-ataque, era diferente. Mas como sabia que em algum momento esse conselho seria de ouro, guardei o bilhete na esperança de um dia reencontrá-lo e fazer uso da dica. Eu bem sabia o quanto aquela professora gostava da minha pessoa, e o quanto ela admirava, apesar de tudo, minha personalidade um tanto quanto explosiva. Um dia, vasculhando antigos papéis, encontrei o referido bilhete e, sem pestanejar, arrumei um cantinho no meu mural pro tal conselho de ouro e hoje o leio todos os dias.
Sempre fui da opinião de que a gente verbaliza aquilo que precisa aprender. Que a gente escreve aquilo que precisa ler. Que a gente fala aquilo que precisa ouvir. Desde que me entendo por gente pensante sei que isso é uma verdade. Não uma verdade absoluta, antes disso: uma verdade natural e passível de reflexão. Uma verdade pra mim, acima de tudo. Pois bem... trago comigo essa verdade, mas de uns tempos pra cá andei deixando-a em algum cantinho obscuro e empoeirado da minha mente. E "verdades" esquecidas em cantos da mente acabam por se tornarem obsoletas, uma vez que não são colocadas em prática.´
Bom... agora você, leitor(a) amigo(a), me pergunta: onde quer chegar com tudo isso e ainda fazer jus ao título desse post? E eu, como blogueira legal que sou, dou um desfecho para tudo e respondo:
Quero chegar aqui: sei que devo tomar conta de meus atos e colocar em prática, todos os dias, a autoproteção para não precisar dispersar energia contra-atacando a vida, as pessoas, as situações e até a mim mesma. Isso me pouparia algumas horas de desprazer com um plus de me preservar de situações chatas e embaraçosas. Sem falar no fato de que, não atacando, poupo o número de inimigos declarados e conto apenas com aqueles não-declarados que inevitavelmente existirão para o resto de nossas vidas. E sei também que devo parar de escrever e falar para os outros aquilo que eu mesma preciso ler e ouvir. Fico distribuindo, em forma de conselho, tudo aquilo que deveria estar sendo colocado em prática na minha vida, e acabo me desgastando e me chateando com coisas que não deveriam sequer fazer cosquinha na minha mente. Aí esse meu cérebro (que me fode frequentemente, saiba) acaba por martelar milhares de vezes a mesma coisa, e eu termino a noite me sentindo uma palhaça idiota com nariz vermelho e tudo. E se você, dedicado(a) leitor(a), nunca se sentiu um(a) palhaço(a) idiota com nariz vermelho e tudo... não perdeu nada, acredite!
Bom... e pra que serviu o primeiro parágrafo? Serviu pra eu provar que as 3 horas de "terapia" diária estão sendo bem aproveitadas, e que se não fossem essas horas de "ócio especulativo" eu já teria enlouquecido (mais). E a despeito do ditado "conselho se fosse bom a gente vendia", deixo um pra você: cuide de você, da sua vida, do seu corpo, do seu cérebro e, acima de tudo, do seu coração. Apaixone-se por você mesmo, reaja apenas quando necessário, ataque (ou contra-ataque) quase nunca e preste muita atenção ao que diz seu coração e sua mente- eles sempre serão seus melhores conselheiros. E acredite, geralmente nós entregamos de mão beijada para os outros aquilo que sai de nossos corações, não aproveitando em nossas próprias vidas os conselhos valiosos que estão dentro de nós, apenas esperando para serem colocados em prática.
5 comentários:
Era isso que eu queria ter escrito ontem quando abri a janela do blogger e não consegui formatar um post fidedigno. Reagir, e não contra-atacar, em resumo.
'Mãos dadas'
Não se apresse, mas tb não esmoreça...
E... Saiba:
Há diversos níveis desse SABER.
Com o tempo, o exercício e, quando possível, pessoas de/do bem, vamos alcançando e acessando estes níveis. As transformações são quase imperceptíveis, inicialmente.
Alguns detalhes, 'aparentemente' pequenos e insignificantes podem fazer GRANDE diferença.
É um processo um tanto complexo. Mas muiiiito, muiiito gostoso, estimulante, desafiante e criativo.
Depois desse "ócio especulativo" (adorei isso) - ganha-se autorização a um verdadeiro "ócio(?)"criativo (rs...um trabalho ENORME)... rsrsrs
Refletir sobre o que se sente, sobre o que se pensa... A lógica e o resultado dessas escolhas de ação: considerando como ação todo o processo.
Desejo sorte...
rsrsrsrs
Qualquer coisa... Já sabe!
eu.
Então(?)...
Palavras dadas
... PS* Vc traduz partes q em mim ainda não alcanço! Os dons são diferentes, mas vejo semelhanças tb. Sua palavra me alcança num outro nível. Jamais eu escreveria o que vc escreveu. O que percebo é que me valho de seu "texto-amigo" para atingir outros níveis, tanto da palavra em si, quanto dos efeitos simbólicos desta palavra, e além*...
*(Onde, às vezes, ainda nem tem nome. Ou tem nome, mas merece ser mudado. Ou, ainda devo criar um nome que nasça de um isight... Ou...?)
Aprender a "receber" do texto escrito no papel, nas pessoas, na vida ,enfim - filtrar e escolher o que pode dar VIDA, em vez de roubar energia. Num texto meu tb faço esse exercício. Ahhh, e quantas vezes me despeço de mim. Me faço a pergunta: como vim parar aqui, como vim parar EU, recomeçar EU? rsrsrs
Então... Avalio o que tenho que fazer com as influências que eu aceito avaliar e analisar... Ousando explicar o que ainda em mim nem está tão claro: pego sua palavra e na tentativa da compreensão dela/de vc/de mim, nesta interlocução, vou trabnsformando SABERES e HAVERES e SERES. Depois de um texto desse tipo, eu talvez nem escrevesse algo que dialogasse diretamente com vc. Mas talvez houvesse chance de um diálogo bem mais rico comigo. Ou no trabalho etc... Escrever é mt bom, mas em se tratando do que venho tentando construir, é apenas uma parte (muito importante, não nego!), mas ainda assim UMA PARTE do processo. Em mim, este texto alcança outro lugar.
De qualquer forma, não custa reafirmar e constatar!
Vc me faz bem e sou grata por isso.
Da mesma forma que ler os comentários acima, tanto o MEU, quanto o da outra pessoa, me possibilitaram compreender outra verdade que mora em mim.
Palavras recebidas - mas analisadas e filtradas. Faço e acho que o bom é que façamos assim. Aprendi a não receber ORDEM das palavras. E sim ordená-las, coordená-las em mim...
Enfim...
A complexidade do processo...
Bem... Sigamos a diante com fé, sorte, sabedoria, amor, amizade...
bjo.
Flor, tirei o msn da minha vida, pelo menos por enquanto, para que meu trabalho renda mais.
Agora só uso skype, que quase ninguém usa, então é mais tranquilo.
Me mande um email e me diga o que tem feito. Qual seu novo job!
Meu email é o mesmo do msn.
kisses e thanks pela sempre força generosa e amiga ;)
Olá Pattiê! Esta semana estou divulgando uma “nova” postagem. Trata-se de um conto; que na verdade vem a ser uma reedição de meu blog. Sua postagem original ocorreu em 13.02.09; sendo esta a minha terceira postagem no blog. Naquela ocasião este texto não recebeu nenhum comentário. O texto é “O Sr. e o Dr.”. Espero que você, tendo um tempinho, o aprecie.
Um grande abraço, minha gratidão e desejo que tenha uma ótima semana!
Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com
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