Algumas coisas permanecem eternas. Na lembrança, no cheiro, no gosto, no som... E quando essas lembranças nos roubam, mesmo que momentaneamente, a atenção e o pensamento, putz... a sensação é simplesmente maravilhosa. Essa noite sonhei com uma pessoa queridíssima. Uma pessoa que passou pela minha vida e que foi extremamente importante para mim, contribuiu para que eu me tornasse o que sou hoje e continua me ensinando, mesmo que à distância. É tão bom sentir saudade e lembrar com carinho das pessoas que cruzaram nosso caminho e nos fizeram bem... E quando essa saudade é correspondida é melhor ainda! Saber que existe alguém, cuja distância física não prejudica o sentimento de carinho e o bem querer é uma coisa para se dar valor...
Tenho passado por momentos difíceis, muito complicados mesmo. Porém, desde o começo desse mês, este é o meu momento atual: um tempo de mudanças. Mudanças afetivas, de visões, de perspectiva, de pensamento... Mudanças que vão me dar material suficiente e base sólida para continuar nessa caminhada louca chamada vida, que a gente insiste em levar às vezes "na flauta", às vezes na ponta do lápis, às vezes com vendas nos olhos...
Como é bom estar aberta para o novo! É bom fazer planos e sorrir com o canto da boca quando a ideia encontra um sentimento e os dois, como em um casamento perfeito de interesses, se unem para a realização de um sonho. Tenho me sentido tão aberta nestes últimos dias. Com uma esperança toda boba, ainda tímida, mas prenhe de realização. É como se eu tivesse abrindo as mãos para deixá-las livres para o que há de vir. Nesses últimos tempos andei muito receosa do que poderia receber do mundo e da vida. Andei com medo mesmo do que poderia estar reservado para a minha pessoa. E então, ao invés de simplesmente deixar a vida correr e, sem pressa, ir conhecendo o que me era reservado, deixei a ansiedade tomar conta e tentei, em vão, prever e antecipar o que deveria receber com surpresa e felicidade. Não sei como permiti que minha vida chegasse a isso... Ou como não percebi o que estava fazendo com meu próprio sentimento.
Enfim... hoje estava lendo Rubem Alves e me deparei com a seguinte frase: a gente só encontra aquilo que busca. Meu deus! Eu sempre soube disso. Sempre! Porém, me parece que nos últimos tempos vendei meus olhos para tentar me enganar acerca de algumas buscas sem sentido que andava fazendo. Mas agora que as coisas estão passando, e eu já começo a enxergar um céu azul de outono e a sentir um ventinho gelado no rosto (mesmo que o outono tenha começado a exatamente um mês, mesmo sendo o outono minha estação preferida e, portanto, mesmo sendo muito estranho que não tenha reparado que a minha estação preferida já está acontecendo a um mês), concluo que não importa o que me aconteceu, ou o que fizeram comigo: nada disso importa quando sei que o que importa mesmo é o que vou fazer com o que fizeram comigo. Hoje estava indo trabalhar e pensei na seguinte questão: do que eu me arrependo? O que faria diferente nessa minha vida, se pudesse voltar atrás? Minha resposta foi instantânea e certeira: nada. Não faria nada diferente, nem mudaria nada. E só tenho essa certeza porque aprendi a transformar em aprendizado as cagadas que cometi, e as que cometeram comigo. E o "resto", é só alegria...
ps: a vida é muito generosa... basta que a gente sinalize pra ela quais nossos desejos, basta que a gente busque as preces certas para a nossa alma, a música certa para os nossos ouvidos, o sabor mais agradável para o nosso paladar, o exercício mais prazeroso para nossa máquina corporal e o amor certo para o nosso coração. Seguindo à risca nosso instinto e sendo fiéis aos sentimentos, encontraremos, sem sombra de dúvidas, com o nosso melhor e, consequentemente, com o melhor de nossas buscas e escolhas.
2 comentários:
Lugares
Aqui entre nós...
De todas as pessoas que conheço, a mais sensata é a minha costureira.Cada vez que vou a ela toma novamente as minhas medidas. Quanto aos outros tomam a medida apenas uma vez e pensam que SEU julgamento é sempre do MEU tamanho.
;)
Somos...
"Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais; somos também, o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos, "sem querer".
(Sigmund Freud)
;)
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