"Se você não se atrasar demais, posso te esperar por toda a minha vida." (Oscar Wilde)
Na correria do dia, ou nas noites de sono profundo, te espero. Quando tudo está no automático, o sol nasce e se põe, ou quando a lua surge, algumas vezes cheia, outras minguante, é nesse momento que te espero. Minha espera é minha religião. Quando tomo uma taça de vinho, imaginando um momento feliz, um pouco de paz e um amor quente, te espero.
Quando sento no meu banco preferido da praça que imagino passar bons momentos com você, e então leio um livro que me conta sobre as coisas bonitas do mundo, te espero. Respiro aliviada a certeza da espera, e a sensação boa de ter alguém para esperar. E então sorrio, com o canto da boca, enquanto observo o sol quente que se põe e risadas de crianças que fazem a trilha sonora perfeita para as folhas que caem, como se dançassem ballet ao sabor do vento.
Posso te esperar por uma vida toda, e da espera fazer poesia. Poesia alimenta, dizem alguns. Uma vida de espera não é exatamente o que sonham os sensatos. Estes desejam uma vida de realizações, alguns planos bem marcados, filhos na escola e carro na garagem. Não, não sou sensata. Prefiro me apegar a essa mania romântica e boba de vaticinar o meu melhor com o seu melhor, sem planos de casamento feliz, mas com o propósito de fazer duas vidas felizes. Essa é a minha espera.
Nos momentos de descuido, imagino seu abraço. Sim, eu sei que ainda não conheço seu rosto, mas abraço não tem rosto. Um abraço e um jeito certeiro de piscar o olho esquerdo, o do coração, como quem diz "babe, tudo vai dar certo" seriam perfeitos para um dia como hoje, em que não vejo esperança nos olhos que me encaram. Você me encararia com esperança? Seria perfeito.
Você ainda é espera, mas eu tenho toda a minha vida. Apenas não se atrase.
Not too late for love... (Norah Jones)
Autoria da foto: Camila, via Olhares Fotografia Online
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