Chuto pedrinhas quando alguma coisa não vai bem: é como se cada pedrinha chutada fosse uma decisão a ser tomada. - É minha terapia, pois penso na vida nesses momentos. - Fico observando o trajeto de cada uma, a cada chute que recebem... Algumas, ao receberem a pancada certeira e violenta da ponta do meu pé, voam para longe, muito longe, e desaparecem na imensidão da rua, que pode ser comparada com a minha vida. Algumas vezes tento recuperá-las, mas num movimento inútil de desvio de trajeto percebo que elas se foram, e nunca mais voltarão. Essas pedras podem ser consideradas minhas decisões mais concretas, mas nem sempre as mais certeiras. Outras pedras não, a cada chute que recebem, teimam em enroscar em algum buraco, algum desnível do solo, alguma raiz exposta de alguma árvore bem velha... Ficam “enrolando” pra se desfazerem da minha vida, e acreditam mesmo que elas serão a solução para todos os meus possíveis problemas. O mais engraçado é pensar que aquela pedra, no seu estado de pedra, pode ser pretensiosa ao ponto de achar que, por algum mistério divino, ela fará parte do conjunto de decisões que moldarão a colcha de retalhos que é a minha vida. Quer dizer, pensando melhor, não sei se pretensão da pedrinha, ou pretensão minha, uma vez que quem mete o pé na pedra sou eu, e não o contrário. Melhor dizendo: a pedra não se coloca no meu caminho como quem pedisse piedosamente para fazer parte da minha vida, ou qualquer coisa assim. Muito pelo contrário... o caminho, na maioria das vezes, é escolhido por mim, e não raro sou eu quem as procura com o olhar atento a fim de que elas me sirvam de diretrizes para o meu pensamento (doido) e minhas ações (nem tão malucas assim).
Enfim... é tudo elucubração dessa minha cabeça que não pára de processar um minuto sequer. Mas é gostoso pensar que chutar pedrinhas é uma terapia sim, e que jogar nas pobres pedras a incumbência de serem minhas diretrizes é algo reconfortante (mas não estimulante), assim como pensar que os maiores milagres, ou as maiores tragédias, da vida tem que ter necessariamente um dono, ou um pai...
PS: Pedras, para mim, não são pessoas. Não confundam alhos com bugalhos. Agradecida.
Enfim... é tudo elucubração dessa minha cabeça que não pára de processar um minuto sequer. Mas é gostoso pensar que chutar pedrinhas é uma terapia sim, e que jogar nas pobres pedras a incumbência de serem minhas diretrizes é algo reconfortante (mas não estimulante), assim como pensar que os maiores milagres, ou as maiores tragédias, da vida tem que ter necessariamente um dono, ou um pai...
PS: Pedras, para mim, não são pessoas. Não confundam alhos com bugalhos. Agradecida.
Um comentário:
É o que digo, todo método terapêutico tem um tipo de ônus.
Nesta sua terapia singular, quem sobre são os sapatos, tênis e afins... como essa vida é cruel com quem divaga em pensamentos!! ;)
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