quinta-feira, 7 de maio de 2009

PROCELÁRIA

É vista quando há vento e grande vaga
Ela faz o ninho no rolar da fúria
E voa firme e certa como bala
As suas asas, empresta
à tempestade
Quando os leões do mar rugem nas grutas
Sobre os abismos passa e vai em frente
Ela não busca a rocha, o cabo, o cais
Mas faz da insegurança a sua força
E do risco de morrer, seu alimento


Por isso me parece imagem justa
Para quem vive e canta no mau tempo.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Um comentário:

Manô disse...

Já te disse que eu tenho um bloqueio enorme com poesia?

Recebi tua carta e amei! Estou respondendo, mas acho que demoro uns dias pra mandar!

Bjos