quinta-feira, 8 de abril de 2010

LUIZA FALANDO POR MIM

Eu não sei bem como cheguei até aqui, mas o fato é que estou no alto da montanha. É o que me dizem as coisas pequeninas, pontilhadas pelo astigmatismo que avisto lá embaixo. Os sapatos sujos não me deixam mentir: nenhum helicóptero, tapete voador ou óvni me trouxeram; vim com meus pés.

Você pode me dar presentes se quiser, mas o inverso não é válido. Já não podem me tirar o que é meu e só meu, conquistado, ganhado ou roubado. Simplesmente é meu, como o esqueleto da sardinha em lata. Já tentou remover?

Eu também tenho um bocado a dar. Às vezes chega a pesar. Gostaria de me desvencilhar de tudo isso, tudo isso que é bom - porque o bom também pesa quando está no lugar errado. Mas ainda não encontrei as mãos pequenas, brancas e suaves o bastante para receber. Sigo com meus pacotes até lá, até encontrar quem os julgue musicalmente leves. Mãos que também sabem dar.

Luiza (minha amiga querida)

Peguei aqui, ó: Aquela Lua

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